sábado, 27 de outubro de 2012

DIAS DE SOL, DE CHUVA E DE NADA

1
Num dia de sol
Encontrei Marina,
A cútis a dourar
Na praia; de anilina,
o mar era tépido
Como as suas carícias.
Recordo-me bem
das febris delícias
De um amor-selvagem.
2
Num dia de chuva
Encontrei Helena,
Que me aprisionou
Com a boca serena,
Beijando-me o rosto
E a todo meu ser.
Inundei-me, então
(por puro prazer)
De um amor-selvagem.
3
Num dia de nada
Eu senti as agruras
De ter solidão,
gripe e queimaduras
No corpo; e ainda
De ter uma doença
Que me vivifica:
Persisto na crença
De um amor-miragem.

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