sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

UM DIA NA VIDA DA IRMÃ LETÍCIA

O Brasil viu pela televisão a Irmã Letícia em sua atuação como refém voluntária na fuga de uns assaltantes de Goio-Erê. E foi graças a ela que o gerente de um banco se livrou de um sufoco que se arrastava há dias. Toda sorridente, a irmãzinha embarcou num avião e, no decorrer do voo, ainda tentou trazer de volta ao rebanho aquelas ovelhas desgarradas. Sem sucesso, é verdade.
O "Planeta Diário" criou três ou quatro quadros para descrever como seria um dia na vida da carismática irmã. Tem o mérito de haver sido o primeiro a mostrar. Porém, a religiosa leva uma vida tão intensa de trabalhos que não passa de uma pálida amostra o que o PD apresentou. A irmãzinha, no mais monótono de seus dias, tem um ritmo tão trepidante que poucos conseguiriam acompanhá-la.
Algo assim:
- A irmã responde uma carta do Green Peace em que se compromete a fechar o buraco da capa de ozônio da atmosfera. Com a parte do corpo que a entidade indicar, fazendo a ressalva para não ser com um dedo. A capa em questão não é dique holandês.
- A irmã se deixa encerrar num saco de gatos maracajás para dar pontos a uma equipe de gincana. E sai do saco lépida e faceira, cantando Dominique, nique, nique para o espanto de todos. Uma equipe participante da gincana ganha 50 pontos e a Irmã Letícia, outros 50 pontos mais vacinação antirrábica.
- O diabo transporta Irmã Letícia para uma colina onde lhe promete doar tudo o que a vista alcança. Inclui, a seguir, os recursos do subsolo. Mas ela lhe responde que não é de servir a dois senhores, ao mesmo tempo, pois se trata de uma acumulação ilícita de funções.
- Liga a um praticante de roleta russa para demovê-lo do tresloucado ato. O pobre diabo põe mais cinco balas no tambor do revólver e livra-se, para sempre, do vício e da religiosa.
- À noite, Irmã Letícia, que abandonou o cilício, põe um disco do Beto Barbosa na vitrola. E livra a pele, mas não os ouvidos, um martírio daqueles.

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