quarta-feira, 27 de outubro de 2010

FÓSFOROS - 2

Um amigo comentava o grau de interferência dos familiares da esposa em todas as decisões que ela devia tomar. Até para comprar, por exemplo, uma caixa de fósforos na mercearia da esquina.
Um problema logo se impunha: qual deveria ser a marca da caixa de fósforos?
O telefone tocava. E já era uma das irmãs da esposa, inteirada da existência do problema, a lhe oferecer alguma solução. "Escuta, a marca A é de melhor qualidade e no supermercado X está em promoção. Desligo. Tchau."  Mas o caso não estava resolvido, pois o telefone logo tocava novamente. Com outra irmã na linha, estabelecendo uma espécie de dilema. "Não, a marca A vem com menos fósforos na caixa. Compre B."
Pouco tempo após, novos telefonemas tinham elevado o escore para dois a dois. E a esposa, sem sair do pé do telefone, que toca alucinado. São novas ligações que aumentam o escore para três a três, quatro a quatro... Quer dizer, continua tudo ao nível de indecisão (mesmo já tendo sido ouvida a irmã mais velha que mora em Brasília).
E a esposa, desolada, botando o telefone no gancho:
- Não consigo falar com mamãe. Deve ter saído para visitar alguém.
Sim, ainda faltava ouvir a opinião da matriarca da família, o voto de Minerva que dissiparia as dúvidas de tão indeciso espírito.
Por fim consultada, eis como Minerva votou:
- Por que você não compra logo um acendedor elétrico?
A solução perfeita. Ou quase, se considerarmos que houve a seguir novas rodadas de ligações telefônicas. Com sugestões de marcas, modelos, preços, tempos de garantia etc.

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