sexta-feira, 9 de abril de 2010

TA...MANCADAS

Admiro sem reservas o povo lusitano. Os portugueses que, entre outras coisas, inventaram o submarino de cortiça (que não afunda nunca!), a versão mais avançada do computador (cuja memória foi substituída por uma vaga lembrança) e o limpador de para-brisa (projetado para funcionar no interior do carro).
No país irmão, ao que se sabe, o consumidor é sempre respeitado. De suas fábricas já saem todos os fósforos testados. As xícaras, para o conforto de destros e canhotos, invariavelmente têm duas aselhas. E as perucas são bastante óbvias para que todos saibam quem são os calvos.
Lá tudo funciona às claras. Inclusive a polícia secreta (cujos integrantes usam vistosos crachás). E, de modo mais competente que nós, eles se defendem da inflação. Na base do escudo.
Enquanto isso, que fazemos nós? Invadimos o "jardim da Europa à beira do mar plantado" com os nossos filhos de Tiradentes. Com os nossos enlatados da televisão. Sabendo que estes, do primeiro ao último capítulo, perpetram os maiores atentados a nosso idioma comum. E, para tripudiar, ainda mandamos o Claudio Humberto ser adido cultural em Lisboa.
É hora de a gente parar com o feio costume de contar anedota de português. Principalmente se houver um patrício na roda, porque aí a piada terá de ser contada outra vez. Por essa e outras é que, mesmo sem ter procuração para defender português, eu sempre reajo quando uma dessas infames piadas está para ser contada.
E reajo à portuguesa, naturalmente. Assentando o meu pé de ouvido na mão do infeliz piadista.

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