sexta-feira, 26 de março de 2010

ENTRE "ITES" E "OSES" - 2

O hipocondríaco
- Doutor, eu não tenho doenças. Tenho epidemias!
O asmático
É quem mais chia na fila do SUS.
Na Natureza
Assustado ou confuso, cada ser reage de um modo peculiar. O médico, por exemplo, escondendo-se atrás de uma terminologia profissional.
O preço dos remédios
Um descalabro! Até os medicamentos que se prescrevem para a vertigem estão subindo de preço... vertiginosamente!
Uma, duas, já
- O senhor é louco.
- Gostaria de ouvir uma segunda opinião.
- O senhor é feio.
Se todas as pessoas dessem as mãos...
Uma coisa é certa: as epidemias se propagariam mais rapidamente.
Sóbrio e não só ébrio
- Ainda não sei o diagnóstico de sua doença... mas deve ser por causa da bebida.
- Neste caso... voltarei quando o senhor estiver sóbrio.
E nunca se exceda nos excessos
A temperança é a última que morre.

sexta-feira, 19 de março de 2010

CARTA AO JÔ

Fortaleza, 3 de novembro de 1992
Prezado Jô Soares:
Na qualidade de espectador diário(1) de seu programa na televisão, sinto-me motivado a apresentar algumas sugestões que, caso venham a ser seguidas, vão certamente tirá-lo da mesmice em que, nos últimos tempos, se encontra (o programa, bem entendido).
Ei-las:
  1. Receber o convidado ao pé da escadaria. Não tenha medo de que ele, prevendo uma entrevista movimentada, dê um passo errado e escorregue em sua direção. Você tem massa suficiente para apará-lo em qualquer queda.
  2. Servir ao entrevistado vinho do Porto. Ou, então, um cafezinho preparado numa requintada cafeteira(2), a qual deve ser posta para funcionar no início da entrevista. E não ficar só você(3) a sorver de uma caneca um líquido cuja natureza, até hoje, o grande público desconhece.
  3. Dispensar o Bira, o Derico, o Rubinho e o Miltinho. Mas conservar, do quinteto "Onze e Meia", o seu pianista para que ele toque nos intervalos das entrevistas. Depois que você, com a voz bem lânguida, o tenha anunciado: O-s-m-a-r.
  4. Soltar-se um pouco mais, ignorar o tênue limite que separa o charme da veadagem.
  5. Dispor de uma câmera exclusiva para as confidências e, ao usá-la, postar-se com obliquidade.
  6. Trocar o Jô Suíno (4) por um outro tipo de mascote. Pode ser uma perereca de plástica.
  7. Ter a mão um livro de auto-ajuda para, no final do programa, proceder a leitura de algum pensamento edificante.
São estas as sugestões, meu caro Jô. Adote-as e o seu programa, daqui para frente, passa a ser... OUTRO(5).

Cordialmente,

Paulo Gurgel

(1) com viés para espectador eventual, nem sei se o Jô leu a carta
(2) com jeito de retorta
(3) que egoísta!
(4) já chafurdou demais!
(5) o OUTRO refere-se ao programa do Clodovil

sexta-feira, 12 de março de 2010

PEDILÚVIOS, JÁ

Parreira ("o gol é apenas um detalhe") e Zagalo ("o empate é um bom negócio") tinham razão o tempo todo. A prova é que, com um 0 x 0, o Brasil decidiu a partida final da Copa de 94. Ainda que precisássemos da prorrogação e da disputa nos pênaltis para não termos que dividir com a Itália o título de tetracampeão do mundo.
Os italianos, por sinal, já nos fizeram passar um grande vexame em 70. Obrigando-nos a que lhes aplicássemos um 4x1 de tristíssima memória, uma vitória da qual, até hoje, nos envergonhamos.
Mas é com a Itália que temos muito a aprender. Não no soccer, mas no plano dos costumes. Haja vista a bem sucedida luta anti-corrupção que o país vem promovendo com a chamada operação mãos limpas. E cujos resultados são os xilindrós italianos cheios à cunha de políticos e empresários corruptos.
Aqui, com a honrosa exceção do PC, não temos levado sorte. As enxovias até botam gente pelo ladrão, mas é tudo pé-de-chinelo. Em pé de igualdade não se vê um sujeito de alto coturno. Criamos inclusive o Catão descartável, o que dura uma temporada e vai para a berlinda.
Por isso, desacredito que uma operação mãos limpas tupiniquim possa dar certo. Apresentar-se-iam Pilatos, mas aqueles que realmente deveriam ser alcançados pela bacia de água, não. Continuariam com as mãos sujas como dantes. Talvez porque aquilo que está a acontecer na Itália precise de uma adaptação à nossa realidade para nos dar uma operação pés limpos, a qual está mais de acordo com a alma nacional.
Não é aqui o país do futebol, da capoeira e do samba dito no pé?
Portanto, não aceitemos as desculpas daqueles que têm os pés no atoleiro moral. Sem capachismos e sem meter as mãos pelos pés, sejamos inflexíveis com eles: pedilúvios, já.

sexta-feira, 5 de março de 2010

MAIS "PARAVÉRBIOS"

Foram por mim compostos posteriormente aos que estão em "A adulteração de provérbios".
Prov. - Quem tem olho grande não entra na China.
Parav. - Quem tem piolho grande não entra na tina.
Prov. - Alegria de pobre dura pouco.
Parav. - Alergia de pobre cura pouco.
Prov. - Na guerra mentira é como terra.
Parav. - Na guerra:  me tira dessa terra!
Prov. - Matar dois coelhos com uma cajadada.
Parav. - Matar dois camelos com uma caixa d’água.
Prov. - Quem cochicha o rabo espicha.
Parav. - Quem comicha o rabo é... bicha.
Prov. - Cão que ladra não morde.
Parav. - Cão que ladra não o acorde.
Prov. - Atrás de quem corre não falta valente.
Parav. - Atrás de quem morre não falta parente.
Prov. - Os fins justificam os meios.
Parav. - Os ruins justo ficam no meio.
30/06/12 - Atualizando ...
Prov. - Quem com ferro fere, com ferro será ferido.
Parav. - Quem com ferro fere, com ferro será fundido.
20/04/18 - Atualizando ...
Prov. - A mau agricultor, cada enxada dá dor.
Parav. - A mau lutador, cara inchada dá dor.